Das
flores sempre formosas
Uma
destacou-se guardando sua flagrância
Isolada,
triste. Muda na distancia!
Somente
sol e chuva presentes
Até
da brisa se fazia ausente...
Quando
outras destilavam néctares
Banhando
em orvalhos as pétalas
Ela
a flor enclausurada, ausente,
Num
mundo aquém dos sonhos ficara
Apática
ao todo presente
Sabendo
bem que não enterneces
Que
vã é, a esperança à minha porta
E
nada é, senão um feto que abortas!
Dentre
todas, que quis, foste primeira.
Seria
minha face radiante, dos olhos, brilho...
Da
poesia cancioneiro, doce refrão, estribilho
Águas
a jorrar dos Alpes às ribeiras
Em
impetuosa vazão pelo mundo
Mas,
como cerzir sua alma a minha vida
Se
a felicidade, sempre foi ela aventureira
A
prófuga ventura clandestina
Àquela
que ao se buscar não se acha
Àquela
que quando vem não se eterniza
Àquela
que não cura a dor ou lhe ameniza
Àquela
ave de plumagens de brisa e ilusões
Que
com seu canto tanto engana aos corações,
Àquela
que pousa bem diante dos olhos
E
ao estendermos as mãos num almejo
De
ao menos sua candura sentir, qual suave beijo
Ela,
num súbito assomo se vai, n’outro voo por aí...
Sabendo
bem que não enterneces
Que
vã é, a esperança à minha porta
E
nada é, senão um feto que abortas!
Dentre
todas, que quis, foste primeira.
Seria
minha face radiante, dos olhos, brilho...
Da
poesia cancioneiro, doce refrão, estribilho
Águas
a jorrar dos Alpes às ribeiras
Em
impetuosa vazão pelo mundo
Mas,
como cerzir sua alma a minha vida
Se
a felicidade, sempre foi ela aventureira
A
prófuga ventura clandestina
Ainda que amarga,
realçava colorida
E de mil cores
pintava-se pelos dias
A qual deixava fugir a
cada sépala perdida
Para os élfos um
mistério, às ninfas, uma incógnita
Tão longe
de outras flores na sua essência esquecida.
Ao
ermo selou sua vida...
As
outras, escolheram os campos
Espargindo
seus polens aos ares
Ela
fechou-se numa redoma esquecida
Não
via ao redor a beleza,
Apartou-se
dos sonhos e da natureza.
Ocultando-se
até de si mesma em bruma vil e enfadonha
Embora
sendo linda guardou pra si a realeza
A
flor mais bonita no mundo
Entregou-se
a uma profunda tristeza
Cercou-se
de seus queixum
Deixou
de exalar seu perfume
Um
dia um aventureiro
Vivendo
em um mundo de sonho
Sem
na vida pensar em nada
Apenas
cantando sua poesia
Em
suas andanças percebeu
Ali
bem ao largo da trilha
A
bela flor que se escondia
Embora
o olor ausente
Tanto
encantamento se via que o poeta
Ali
se deixou ficar admirando
Notou
então que a flor chorava
E
a cada lágrima pendida
Ficava
mais e mais colorida
Num
impulso do momento fagueiro
Àquele
emocionado aventureiro
Uma
antiga cantiga entoou de improviso
E
meio desajeitado a trouxe aos lábios
E
um terno beijo lhe deu
D’um instante a outro, um arco íris se acendeu
Diante
desse novo cenário, todo o derredor mudou
O
andarilho pasmo recuou nos perfumes ascendidos
Uma
efígie se formou do nada e formosa fada surgiu
Era
uma fada triste, sem sonhos, sem magia
Logo
que novo corpo assumiu
Uma
voz suave e longínqua soou
Das
entranhas da doce criatura
Que
naquela flor se escondia...
Ela
agradeceu ao bardo por lhe despertar da clausura
Àquela
que ela mesma criará
Retribui
ao estranho o beijo e sorriu
Um
par de asas translúcidas surgiu
Ela,
uma flor, uma fada rufou bem acima de tudo
Enlevando-se
foi diante do atônito bardo
E
cada vez mais alto no céu seguiu
Ate
onde nasce à noite e lá se fez estrela...
Por
onde andar o trovador nunca mais há de esquecer
A
experiência inusitada, ao beijar a flor que era fada
Acrescentando
mais uma estrela ao céu
Com
sua luz mais linda e esplendorosa
E
de onde esta ela o vela
Quem
quiser vê-la também luzir
É
só o céu a noite olhar
Verá
uma estrela a sorrir.
O
poeta agora se pode ver nas ruas
Ele não canta mais para a lua
Dedilha notas mortas e vazias
E
sai pelas noites frias
Cidades,
campos e desertos
Almejando
que o céu chegue mais perto
E
possa, enfim, beijá-la outra vez.
Um comentário:
Aqui embriagando-me com teus escritos... safra de melhor qualidade não há !!! Ler vc é fazer a mais doce viagem... Aqui tem cor, cheiro e sabor... tem vida !!!
Beijos
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