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terça-feira, 29 de julho de 2014

Gutta Cavat Lapidem!







Acordes soam, enleva-me a alma
São anjos em sustenidos, dó, ré, fá...
Portar-me aos pórticos suspensos
Excitam, conduzem-me, acalma.


Estende os toques a amplidão
O espírito além dos pensamentos
A orquestra em sinfonia ressoa.
Separando sentidos e o coração.
São momentos, e só se vai, vai...
Além das injúrias, da ingratidão,
Do mundo, das pessoas, dos ais,
Alçando-me às infinitas extensões. 

Os astros, as constelações, umbrais
Descortinam-se em templos faustos
Em paz, infindas, descomunais!


Amor e dor ficaram para trás...
Eu sou, quem é! Deslumbramento!
Sou todas as coisas, e nada sou... Nada!
Partitura sem fim, luz do firmamento,
Ondas do mar, profundezas, reflexão...
Sorriso e dor, acalento e perdão,
Fastio, saudade, pretérito e póstumo,
A completude, a insignificância,
Torpor, placidez, ária, temperanças. 



Mistérios esquecidos, renascença, vida.
Sutil grão de areia na vastidão do saber
Nas brenhas inóspitas impreenchíveis do ser.
Pequenina gota d’água a cavar a pedra!...


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