Antes e depois da escuridão
No interlúdio um momento
de luz
Relâmpagos estrondeantes e
anônimos
Faz repicar e rebimbar as
sombras,
Guardiões da noite, baila
na aragem gélida.
As asas
abertas enlevam as alturas os corvos
Ocultos, nos corpos
emplumados, as almas...
Mudam (as almas), de
lugar nessa hora encantada,
Nas igrejas os bronzes dos
badalos soam
A cada espectro que foge
do limbo!
Há quem
diga que fortes mãos embalam a toada
Neste reino de eternos
crocitarem em gemidos e medos...
Quem de nós teria
força e alento para tangê-los?
Extraindo sons lúgubres
dos sinos na sua cúpula.
Após algum
silêncio, breves momentos...
Longas gargalhadas ceifam
o vazio,
Preenche os ares do que
seriam lamentos
Mas, na verdade, é tão
somente
O grasnar da liberdade na
noite fria.
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