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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Amor Animista.



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Procurei no teu olhar o oásis.
Tudo perdurou deserto e somente encontrei minh’alma perdida, moribunda. 
Das águas, só mágoas sobejaram e em tormentas invadiram o abismo das incertezas –seguir ou ficar!? 

O abraço indiferente, não calou a resposta, percebi o quanto estavas ausente.

As razões , só prantos, em soluços abafados ficaram ocultos no peito, arfante. Seu sorrir um esgar, teimou em simular a satisfação do encontro, a mente longe a vaguear abandonou a própria sorte o coração, o amor, foi apenas uma pomba branca que voando breve foi tragada pelas garras negras do falcão faminto da desilusão, encontrando na morte o adeus, foi uma triste despedida.

O fiel corcel negro, aguardava o desfecho.

Logo, retomada as rédeas. Obediente, empina, volve-se aos próprios cascos e distancia-se revolvendo poeira. As pedras do caminho comovidas afastam-se. 

Ao longe Lua é só uma silhueta. Sol, seguiu sem olhar o que ficou atrás de si, sua capa sombria revolvia a escuridão. Às escondidas as nuvens no céu reuniram-se e confabulando em grande estrondo decidem desaguar. 

Os coriscos agora cortam o céu e o Sol não mais se viu. Àquela tarde, até mesmo a natureza ficou ressentida com o fim daquele amor. À noite enfim chegara, as pradarias molhadas, o mar revolto foram somente partes do resultado dos queixumes dos amantes.

O céu detém algumas nuvens. Lua, pálida desponta e parece caminhar por elas, sempre só. A noite acende e o lume das estrelas fulguram como lágrimas suspensas.

Ambos, Sol e Lua voltaram a encontrarem-se outras vezes, e outras...e outras...

...um beijo frio é a resposta. 

Seus encontros são eclipses, a estória de um amor não correspondido que perdura pelos antepassados e presente. Animistas, atemporais, infinito e universal.


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