Ilustração: Almada Guerreiro.
Você não a consegue ver
Porque agora consegui tecer
Das soltas palavras vindas ao ar
Um “poemeto” sem graça
E logo a urdidura termine
Vocês logo vão entender!
É que este branco a avantesma,
Vaporosa, sem trama, indefinida.
Inerte, sem cor, nada a dizer...
Esta lauda, sem alma, sem vida,
Assusta-me, acabrunha... Deprime!
Por não saber ficar calado,
As letras perquirindo falar por si...
A pena sempre ao lado
Eriçada por um tinteiro
No ambiente contíguo,
Olores de cravos e jasmins...
Todos se foram num repente
Sozinho de todos ausente
Tinha esta página pálida
Olhando fixo pra mim...
Um comentário:
São versos assim, sentidos, doridos que emocionam, que tocam a alma de um jeito único! Parabéns por esse poetar tão sensível! abraços, ania..
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