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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Poeta Assombrado.


Ilustração: Almada Guerreiro.



Você não a consegue ver
Porque agora consegui tecer
Das soltas palavras vindas ao ar
Um “poemeto” sem graça
E logo a urdidura termine
Vocês logo vão entender!
É que este branco a avantesma, 
Vaporosa, sem trama, indefinida.
Inerte, sem cor, nada a dizer...
Esta lauda, sem alma, sem vida, 
Assusta-me, acabrunha... Deprime!
Por não saber ficar calado,
As letras perquirindo falar por si...
A pena sempre ao lado
Eriçada por um tinteiro
No ambiente contíguo,
Olores de cravos e jasmins...
Todos se foram num repente
Sozinho de todos ausente
Tinha esta página pálida
Olhando fixo pra mim...

Um comentário:

ania disse...

São versos assim, sentidos, doridos que emocionam, que tocam a alma de um jeito único! Parabéns por esse poetar tão sensível! abraços, ania..