Negra tela,
vórtices, borrão.
Contornos
d’uma alma escura,
Ensaios...
Pesar – laranja! Desventura...
Ufano zunido
do espírito. Carpir!
Labirintos
do coração...
Locução
desconexa, sentir,
Registros,
cerne do artista ,
Sujados
pincéis... Emoção
Um sonho,
fuga, sedução!
Rabiscos
toscos na lousa,
Dores do
mundo... Catarse febril.
Morbidez
senil! Do que acredito
Poderia ser
qualquer imo... Desvario!
Mas, é
somente – O Grito.
Reeditado de 16/10/2007.
Nota fragmentada do autor.
O famoso quadro O Grito, do norueguês
Edvard Munch, é considerada uma das mais importantes obras da modernidade. A
obra foi pintada em pastel e apresenta uma pessoa com um ar desesperado, com as
mãos agarradas ao rosto, enquanto atravessa uma ponte. Ao fundo, vêem-se duas
figuras caminhando, um barco e um horizonte formado por cores garridas.
O Grito é considerado uma das imagens de
maior reconhecimento instantâneo do mundo, perdendo apenas para Mona Lisa, de
Leonardo Da Vinci.
Munch nasceu em 1863 e pintou ao longo de
décadas quatro versões de O Grito. Esta é a única que ainda se encontra nas
mãos de colecionadores privados, enquanto as outras três estão expostas em
museus na Noruega.
A fonte de inspiração d’O Grito vem da vida
pessoal do próprio artista, criado por um pai controlador, que assistiu ainda
criança à morte da mãe e de uma irmã. Decidido a se dedicar à pintura, Munch
cortou relações com o pai e integrou a cena artística de Oslo. A escolha não
lhe trouxe a paz desejada, bem pelo contrário. Munch acabou por se envolver com
uma mulher casada que só lhe trouxe mágoa e desespero e, no início da década de
1890, Laura, sua irmã favorita, foi diagnosticada com transtorno bipolar e
internada.
No diário do pintor é possível ler o que o
levou a pintar o quadro:
“Passeava com dois amigos ao
pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e
inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro
do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a
tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza”.
Extraída da Redação Black Card Lifestyle
Um comentário:
Um grito que cala a nossa alma!! Poesia e quadro numa harmonia perfeita!! Um soneto brilhante, amigo!!!
Parabéns pelo talento inquestionável!!
Beijos
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