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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ela Aventureira.



Arte: The Progress of Spring 1905. Charles D Ward.





Sabendo bem que não enterneces
Que vã é, a esperança à minha porta
E nada é, senão um feto que abortas!
Dentre todas, que quis, foste primeira. 
Seria minha face radiante, dos olhos, brilho...
Da poesia cancioneiro, doce refrão, estribilho
Águas a jorrar dos Alpes às ribeiras
Em impetuosa vazão pelo mundo 
Mas, como cerzir sua alma a minha vida
Se a felicidade, sempre foi ela aventureira
A prófuga ventura clandestina
Àquela que ao se buscar não se acha 
Àquela que quando vem não se eterniza
Àquela que não cura a dor ou lhe ameniza
Àquela ave de plumagens de brisa e ilusões
Que com seu canto tanto engana aos corações, 
Àquela que pousa bem diante dos olhos
E ao estendermos as mãos num almejo
De ao menos sua candura sentir, qual suave beijo
Ela, num súbito assomo se vai, n’outro voo por aí...

Tu não sabes dos meus caminhos
Nem te importa mal me conheces,
Por tua causa repudiei todas as preces

Lutuoso, mortificado, sem carinhos.

Um comentário:

jjullinha disse...

Se apaixonar por aventureiros[as]
não é fácil
Um beijo e adorei, muito lindo!!!!