D’um instante a outro, quantas
nuances!
A meia luz desbotada, a minha pele
e a sua,
Brilho morno em nossos corpos nus.
Você hora meiga, tão terna, tão gueixa...
N’outra tão fogosa, potranca
arredia,
Que faceira, ora estanca, ora
empina. Enrosca-se...
Suporta, envolve e arrepia!
E serpenteia e lança o ventre
N’outro instante é um tição
Encobre com fogos lançando
faíscas.
Delírio te ver assim feita
borboleta. Metamórfica
Que ao abrir das asas revela mil
cores
Convidando-me para que a busque
sôfrego
A desvendar os mistérios do cio,
dentre teus pudores.
Lançados ao vento num menear de
cabeça...
...Que me enlouquece! A cada vez
que ilumina a face
Um sorriso de nácar faiscante
Em lençóis alvos de cetim,
emoldurando-os!
Quem é esta mulher que adeja nos
meus sonhos?
Da qual não sei o nome
E mesmo assim, zombeteira
borboleteando...
Tremula as asas e diz: vêm!
Sorves o néctar da flor escura
De adocicados odores, e de novo me
aqueces.
Por isso tu vieste
E na madrugada, um rio de prazer,
fez inundar...
E borbulhar o quarto,
Estremecendo a alcova e a vidraça.
A cada gemido, desse escravo;
Aos teus pés, caído, tosco,
escasso de gozo;
Quase morto mais feliz...
Nenhum comentário:
Postar um comentário