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domingo, 25 de agosto de 2013

Borboleta Metamórfica.








D’um instante a outro, quantas nuances!
A meia luz desbotada, a minha pele e a sua,
Brilho morno em nossos corpos nus. 

Você hora meiga, tão terna, tão gueixa...
N’outra tão fogosa, potranca arredia,
Que faceira, ora estanca, ora empina. Enrosca-se...

Suporta, envolve e arrepia! 
N’um minuto é uma odalisca
E serpenteia e lança o ventre
N’outro instante é um tição
Encobre com fogos lançando faíscas.  

Ninfa, fada de amor...
Delírio te ver assim feita borboleta. Metamórfica
Que ao abrir das asas revela mil cores
Convidando-me para que a busque sôfrego
A desvendar os mistérios do cio, dentre teus pudores. 
Olhar trigueira, cabeleira negra e longa...
Lançados ao vento num menear de cabeça...
...Que me enlouquece! A cada vez que ilumina a face
Um sorriso de nácar faiscante 
Bela, quem és tu? Que pousa
Em lençóis alvos de cetim, emoldurando-os!
Quem é esta mulher que adeja nos meus sonhos?
Da qual não sei o nome
E mesmo assim, zombeteira borboleteando...
Tremula as asas e diz: vêm! 
Sorves o néctar da flor escura
De adocicados odores, e de novo me aqueces.
Por isso tu vieste
E na madrugada, um rio de prazer, fez inundar...
E borbulhar o quarto,
Estremecendo a alcova e a vidraça. 
A cada gemido, desse escravo;
Aos teus pés, caído, tosco, escasso de gozo;
Quase morto mais feliz...






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