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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Deslumbramentos.

  

 

A chuva, o dia acinzentado, o céu fechado por nuvens pesadas e negras, sempre transmitem uma nostalgia que parece não ter fim. O frio corta as avenidas invade casas e apartamentos.
Nos jardins e alamedas, arvores, folhagens e flores dançam a sinfonia melancólica. O trânsito de pessoas e carros é confuso, a ausência do azul e sol brilhando influenciam a rotina de todos submissos à estação do outono.

Mas, aquele que tem um amor; esse, nem vê as intempéries do tempo e cada instante é motivo de reencontro de renovação, de correr para os braços do seu bem. Podem até as ruas ficarem alagadas, as vidraças embaçadas e as mãos frias, que mesmo assim o coração vai arder ao sabor dessa chama motivadora.

O dia passou e a noite desceu à cidade agora iluminada.
Estou com meu bem querer e tudo é alegria. Fomos ver o mar agitado acarinhando, talvez fazendo amor... com as rochas a se desmancharem em espumas.
Passeamos na garoa; abraçamos, beijamos, aninhamos, sentindo o vento e o calor do aconchego, apesar da chuva fina abraçadinhos na motoca.  A Lapa aquela noite, era a Lapa de sempre. Agitada.  Mas, na madrugada depois de rodar metade da zona sul, foi o único lugar que encontramos gente, pipocas, e cachorro quente.

Debaixo dum encerado contíguo e gotejante, um hot-dog sem ervilhas, sem batata palha, mas com passas e refrigerante completou a nossa noite, após percorrer meia metrópole no asfalto molhado.
Tudo em volta era o mesmo brilho; era a intensidade do nosso olhar, sem sono e molhado.

As pessoas indo e vindo ainda taciturnas ficaram n’outro parágrafo. A precipitação agora mais intensa se desfaz em faíscas de ouro douradas pelas luzes dos postes da praça.
Nossas mãos estão quentinhas agora, e os sorrisos estampados, tatuados, confirmam apesar da desordem nosso dia foi só deslumbramentos.

Quando a gente esta amando é assim...


Um comentário:

Marianne disse...

nada como o amor... belo texto! sua página ficou encantadora, linda de se ver e de se ler! grande abraço Marianne