A chuva, o dia acinzentado, o
céu fechado por nuvens pesadas e negras, sempre transmitem
uma nostalgia que parece não ter fim. O frio corta as avenidas invade casas e
apartamentos.
Nos jardins e alamedas, arvores, folhagens e flores dançam a sinfonia
melancólica. O trânsito de pessoas e carros é confuso, a ausência do azul e sol
brilhando influenciam a rotina de todos submissos à estação do outono.
Mas, aquele que tem um amor; esse, nem vê as intempéries do tempo e cada
instante é motivo de reencontro de renovação, de correr para os braços do seu
bem. Podem até as ruas ficarem alagadas, as vidraças embaçadas e as mãos frias,
que mesmo assim o coração vai arder ao sabor dessa chama motivadora.
O dia passou e a noite desceu à cidade agora iluminada.
Estou com meu bem querer e tudo é alegria. Fomos ver o mar agitado
acarinhando, talvez fazendo amor... com as rochas a se desmancharem em
espumas.
Passeamos na garoa; abraçamos, beijamos, aninhamos, sentindo o vento e o
calor do aconchego, apesar da chuva fina abraçadinhos na motoca. A
Lapa aquela noite, era a Lapa de sempre. Agitada. Mas, na madrugada
depois de rodar metade da zona sul, foi o único lugar que encontramos gente,
pipocas, e cachorro quente.
Debaixo dum encerado contíguo e gotejante, um hot-dog sem ervilhas, sem
batata palha, mas com passas e refrigerante completou a nossa noite, após
percorrer meia metrópole no asfalto molhado.
Tudo em volta era o mesmo brilho; era a intensidade do nosso olhar,
sem sono e molhado.
As pessoas indo e vindo ainda taciturnas ficaram n’outro parágrafo. A
precipitação agora mais intensa se desfaz em faíscas de ouro douradas pelas
luzes dos postes da praça.
Nossas mãos estão quentinhas agora, e os sorrisos estampados, tatuados,
confirmam apesar da desordem nosso dia foi só deslumbramentos.
Quando a
gente esta amando é assim...
Um comentário:
nada como o amor... belo texto! sua página ficou encantadora, linda de se ver e de se ler! grande abraço Marianne
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