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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

FIANDEIRAS.

















Oh!  Filhas de Nix, concebidas sem pai.
Mortificação é ter nas mãos ressequidas
A contristada razão triste dos nossos ais
Nossas tramas com indiferença medidas
Em tosca caverna o fio de nossas vidas.

Origem é seu labor de eras passadas
A série é voraz, tétrica, amaldiçoadas,
Cloto,  Láquesi,  Átropos atinentes em trio
Fiando, medindo, a cortarem esotéricas...
Nem Zeus intervém a sina do remate frio.

Na sua autoridade hodierna, soberana...
Dita! Que as tecelãs não influenciem o tear.
Quando no topo, não esqueçam a roda,
Girando, girando e ao alvitre dessas mãos.
A fiandeira, a medidora a cortadeira... Ansiando!

A volta que da o mundo, o giro que a lida dá,
Da subida ao topo única verdade a descida,
Em vertiginoso mergulho extenso e mais fundo
O meio justificando as extremidades do mundo
As Moiras têm o quinhão cingido a cada um.

História, felicidade e desgraça pelos anais,
Elas, inflexíveis, eternas, serenas, imparciais,
Vergam as mortalhas cozendo-nos as penas
Retesam linhas, goram vidas, contêm o giro,
Nós!  Jazemos, sonhadores, infelizes, mortais...

Ninguém ousou erigir-lhes totens, pavilhões...
Mas tempo algum  soube-se que ousaram
Abreviar o sorriso dos que em vida, amaram...
E tudo se deu e dá-se no instante preciso,

A vida as vezes é fardo! Elas, o alívio da dor.

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