&

segunda-feira, 10 de março de 2014

Misterioso Amor indecente.







Misterioso Amor indecente. 
27fev2014


Sabes, somente penso em você. Sabes?
Não diga meu nome... Peço. Ordeno que te cales!
Hoje, seremos outras pessoas, lascivas e infames!
Não me profane, me devore! Comes-me... Só me ame. 

Luzes e velas, fragrâncias, libido... A meia luz,
Se me atas os punhos e me açoitas, assim me amas.
Se me acorrentas e causa delírios é tormenta
Lançada ao mar dos anseios, ao proibido conduz. 

Vejo-a e não a toco. Na dor que desorienta
Exalas e excitas em bálsamos o leve hálito da menta
Percorre-me o peito nesse teu jeito de atiçar-me o cio,
Impudica, folgazã, carnal, concupiscente e libertina. 

Com o bico do seio me roça os lábios, mas repreende.
Se ousar beijá-los o martírio de amar-te não terá a recompensa...
Dos açoites pela noite, regado no suor de nossos corpos.
E ofereces o dorso de potranca baia clamando montaria... 

No afã de ter preenchido o espasmo das fendas vazias.
Se em tuas unhas guarda a fonte dos meus arrepios.
Suas lambidas traduzem calor e frio
Quando penso que o almejo dos meus desejos 

É ter por prêmio nutrir o fogo das tuas entranhas
Levantas alto o negro chicote e um lanho
Beija-me a face, teus olhos brilham. Relampejando!
A fúria indecorosa da tua tempestuosa paixão 

E em açoites mais intensos aos poucos deixa cair os lenços
Que lhe encobriam na sensual dança do ventre
Tu te contorces e o orgasmo comigo divides.
O não agora é sim e o sim talvez, um não... 

Há negação, também entrega. Há suplicio flerte e tesão.
E o último a ser atendido e a voz do coração.
Que se rende as algemas, a cera quente, as estocadas febris.
Quem já não se ouve, nos murmúrios, sussurros, gemidos. 

Aferrando minha carne prenhe da sua misteriosa indecência
Dentre outros atos as mãos se dão e os corpos trocam de alma
No quarto o templo do teu corpo vive e morre sem clemência
Ao venerar do teu corpo, meu sacrifício é prazer e gozo que acalma.

E por mais que se vá eu de você. Você de mim, nós, um do outro.
Há a volta, irremediável, porque, somos assim. Do querer a busca insana
Não, do paraíso, nem de céu, mas da iniquidade do nosso calabouço.
No palco da nossa alcova a gente não faz amor, a gente ama.

  






Nenhum comentário: