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sábado, 12 de abril de 2008

Oração do Amante.



 




Oh! Vida frágil, asas oscilantes,
Luzente, orvalho, suave pétala
No coração do querelante.

Flor em botão adormecida nas auroras
Pouco a pouco ornada pelas cores
Balouçando a leve brisa, pelas horas
Exalas prazer desmemoriada e nua.

Se fecha quando vem o dia, desperta lua
Mas por toda a noite abre teus lábios
Despetalada e livre na brisa ofegante...

O licor dos seus lábios é minha vida
Brincando nos bosques das manhãs.
Teus néctares sorvo estremecida

Ave que longe se vai
Ouve o bramido dos meus ais
Só quando perto, respiro pelo gozo

E tua essência querida faz-me novo.
Que bom te encontrei no terno regaço
Nas brumas do meu penar e este compasso

Na diversidade dos teus sais...
Fiz das tramas meu ninho em seu abraço
Recolhi as asas retive os passos.

Perfeição dos meus desejos emoldurada
Na boca de lótus! Inebriante!
Conceda-me, que seja – Vida... Seus beijos,

Ficarei aos teus pés e a tua sombra enebriante
Ninfa que seduz. Heterogênea! Deusa!
Doce favo! Poesia...Alcaçuz... Pomos arfantes

Somente o delírio de ter-lhe, faz-me ígneo
Da lama, aos jardins! Das trevas a luz.
Porque  és minha alma gêmea... E desígnio!

...Minha! Fascinação...
Impudica, pecado e redenção, doce amante!


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